terça-feira, 3 de maio de 2011

Leucemia

Na semana passada, um amigo me falou sobre uma familiar que está internada em decorrência de uma leucemia. Cabe lembrar que nós como futuros e cirurgiões-dentistas, temos um papel importante quando nos deparamos com um paciente acometido da doença, porque podemos, além de tratar os sintomas que acometem a cavidade oral, detectar a doença no consultório e fazer o encaminhamento médico necessário. Vai aí um breve resumo, espero que seja útil!




As leucemias são doenças caracterizadas por alterações neoplásicas dos elementos formadores do sangue. O curso clínico, as células afetadas, a sobrevida e o tratamento dependem da forma de leucemia. Podem ser divididas histologicamente em linfoblásticas ou mielógenas - afetam as células granulocíticas, e mais comuns entre adultos.






Cada tipo de leucemia deve ser tratada como uma doença individual, pois acometem - normalmente- determinados perfis, por exemplo a Leucemia Aguda Linfoblástica (LAL), é mais comum em crianças enquanto a Leucemia Crônica Linfoblástica (LCL) raramente é encontrada antes dos 20 anos, e é predominante no sexo masculino.

Suas possíveis causas são atribuídas a diversos fatores como predisposição genética, exposição a fatores químicos (como benzeno), ou até vírus de RNA.


Sinais e Sintomas São normalmente inespecíficos, podem causar confusão com os sintomas de viroses ou anemias, com a diferença primordial de que na leucemia, esses sinais não desaparecem nem tampouco diminuem, mas frequentemente progridem.

A maioria dos sinais e sintomas da leucemia devem-se ao fato de que a medula óssea está carregada de células malígnas, que logo passam para o sistema circulatório. Sendo assim, o número de células anormais podem superar o número de células normais! Pode ocorrer também infiltração dos linfonodos do baço e da gengica pelas células leucêmicas.

O exame de sangue revela formas celulares imaturas ou indiferenciadas.







Os pacientes podem apresentar-se anêmicos e trombocitopênicos devido à diminuição da produção de glóbulos vermelhos e da maturação reduzida das plaquetas.

O diagnóstico definitivo depende do exame histológico da medula óssea.

Tratamento e Prognóstico Todas as formas são tratadas com quimioterapia, o que varia são os esquemas específicos de dosagens e associações farmacológicas.Inicialmente, o tratamento é dividido em 2 partes:
Fase de indução: com o fim de eliminar ou reduzir a população de células leucêmicas, é chamada fase de remissão, e é feita imediatamente após o diagnóstico.


Fase de manutenção: após a fase de remissão, a terapia medicamentosa é instituída a intervalos regulares para evitar recidiva da doença. Nas leucemias agudas, isso é feito durante dois anos, enquanto que na crônica esse período pode ser reduzido a menos de um ano.

Em alguns casos de leucemia (LAL), as células malígnas chegam ao líquido cérebro-espinal, sendo necessária a suplementação com radioterapia.

O prognóstico da leucemia varia com a forma da doença e de um modo geral, tem melhorado constantemente. As leucemias agudas (LAL e LMA), até recentemente tinham prognóstico fatal, e atualmente mais de 50% dos pacientes atingem uma longevidade e boa qualidade de vida após o tratamento. Nota-se que o prognóstico para a LCL é mais favorável do que da LMC.

Avaliação da Cavidade Oral As patologias orais são muito frequentes em pacientes leucêmicos. Os sinais e sintomas orais podem aparecer antes do diagnóstico da doença.

Em função da neutropenia e da trombocitopenia, esses pacientes procuram tratamento relatando sangramento excessivo das gengivas, formação de petéquias, hematomas ou equimoses, ulcerações, faringites ou infecções gengivais. Pacientes com número elevado de formas indiferenciadas circulantes pode sofrer infiltrações e conseqüentemente hiperplasia gengival.

A anamnese completa e bem realizada certamente ajudará na hipótese diagnóstica. É interessante interrogar o paciente sobre possíveis histórias de acometimentos parecidos em sua própria boca e/ou em falimiares, o tempo das manifestações bem como sinais sistêmicos (lembrar que o paciente com leucemia comumente está anêmico).

Pacientes sem histórico de sangramento gengival pode apresentar sangramento expontâneo e exacerbado repentinamente. O CD deve verificar se fatores locais de retenção de placa justificam os achados, ou se são desproporcionais. Ao notar que há possibilidades de acometimento sistêmico, deve-se pedir um hemograma completo para o paciente, incluindo leucometria (que geralmente está elevada) e contagem de plaquetas (reduzidas). Se os resultados apresentarem-se anormais, o encaminhamento ao médico hematologista deve ser imediato.






Avaliação dos Pacientes Antes do Tratamento Dentário Devemos nos atentar principalmente para dois fatos: prevenção de infecção e de hemorragias. O quadro geral do paciente deve ser consultado com o médico responsável pelo tratamento do paciente antes de qualquer intervenção odontológica. O tratamento deve ser sempre relacionado com a terapia da leucemia. Para isso, dividimos os pacientes em categorias de risco.

Pacientes com Risco Elevado - São os que estão com leucemia ativa. Apresentam grande número de células leucêmicas na medula óssea ou sangue periférico, estão trombocitopênicos e neutrocitopênicos. Os pacientes que estão em tratamento de supressão da medula óssea (tratamento antileucêmico) também estão neste grupo.


Pacientes com Risco Moderado - Já obtiveram sucesso na fase de tratamento e estão em fase de manutenção. Não apresentam evidências de malignidade na medula ou no sangue periférico nem mielossupressão associada à quimioterapia.

Pacientes com Pequeno Risco - Em geral o tratamento está finalizado e o paciente não apresenta evidência de malignidade ou mielossupressão.
CONTINUA MEUS AMIGOS...

Dra. Vanessa Nascimento CROSP - 99.211
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